quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Dossiê KANYE WEST



O DKW foi criado para que se pudessem tirar conclusões maisabrangentes do caso que deu origem ao post, onde o Rapper Kanye West interrompeu os agradecimentos da nova pop-country-star americana, Taylor Swift,que havia acabado de ganhar o prêmio de Melhor Videoclipe Feminino. Não só interrompeu, como interrompeu pra dizer que a Beyoncée tinha feito um dos melhores clipes de todos os tempos.

Clique na imagem abaixo e veja o fato:



Como Obama é a voz de muitos e a voz de muitos é a voz de Deus, Deus, Obama e a voz de muitos acabam tendo a mesma opinião sobre o assunto:

Opinião todo mundo tem, inclusive o Kanye West. E se, algum dia alguém disse que todos somos iguais, Kanye fez uso dessa máxima para tomar o microfone e simplesmente deixar diante de milhares (contando quem assistia pela TV) de pessoas, a sua nenhum pouco humilde opinião. Mas deixando o nem um pouco de lado, e aprofundando na investigação, clique na imagem abaixo e vejamos de quem é a Opinião:

Agora vamos analisar QUAL era a opinião dele...

BEYONCÉE TEM UM DOS MELHORES VIDEOS DE TODOS OS TEMPOS:

ENTRANDO MAIS UM POUCO NA CABEÇA DE KANYE WEST:

Tento descrever abaixo, o que provavelmente se passou pela cabeça do Rapper:



Poderia a tal taylor Swift estar levando o prêmio com este clipe?

Será, que do alto de sua inconseqüência, não estaria Kanye West certo, ao se mostrar cansado de ver o que todos estamos cansados de ver? Veja os vídeos. Tire sua conclusão e vote na pesquisa ao lado.

Cada um com a sua opinião, vamos ver mais dois vídeos do Kanye West referentes a tal invasão:

1 – No VMA dando piti sobre racismo...

2 – No programa do Jay Leno, pedindo desculpas e quase chorando.

No mundo globalizado e multilingüe em que vivemos, rapidamente “KANYWESTIAR” se torna verbo, na novíssima gramática brasileira. Veja abaixo uma KANYWESTIADA musical, onde ele KANYWESTEIA a musica “STRONGER” do Chemical Brothers.

Musica Original:

(Clipe de Michel Gondry)

Versão “KANYWESTIADA”

Cabe a cada um julgar se esta foi uma Boa ou uma má KANYWESTIADA, e em busca de entender melhor a cabeça do Controverso Astro Rapper, alguns fãs, se manifestaram KANYWESTIANDO algo por aí…

Ao fim de tudo, talvez há de se convir que KANYWESTIAR não é de todo mal, já que tem gente que Marlobranda, gente que Murila, gente que dá uma Zidana, Uma galera que manda um Nelsinho Piquet, os que Vercilam, oa que Ana Carolinam e os que NXZereiam…

Sendo assim, os

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Areia



A cidade de areia era feita
E quando nela chegava um visitante
O eleito prefeito gritava “eita!”
Era Seu José que vinha todo elegante
Dizendo que povo é trabalhador
“construímos na areia um pedaço do nosso amor
por isso, não tenha medo,
Nossa Cidade de Areia não desaba não senhor.”
Seu Toninho, ao ouvir isso, se tranqüilizou
Instalou-se em seu quarto, e sua cama ajeitou
Debruçou-se na janela
Sentiu-se fora de perigo
Logo veio a lembrança dela
E a imaginou consigo
Desde que Joana fora embora
Outro caminho tentou Toninho
Se sentia melhor agora
Apesar de sempre sozinho...
Saiu pela rua afundando pé n’areia
Reparou nos moradores
Só tinha gente feia
Desistiu de outros amores...
Até que na esquina da Rua Conchinha
Com a Rua Mexilhão
Seu Toninho viu aquele ser que vinha
E disparou seu coração
Ela entrava na cafeteria
E ele decidiu que atrás dela iria
Entrou no ambiente logo atrás
Porem, se sentiu incapaz
Ficou com medo de um outro rapaz
E quase saiu para não voltar nunca mais
Mas Seu Toninho engoliu o medo
E ao lado dela, se sentou
Ela disse “Sua presença eu lhe concedo”
E ele, quase fogos soltou.
Moça esbelta, cheirosa, bonita
Perguntou-lhe o seu nome
Ela sorriu: “Anita”
“Aqui está o cardápio, tome”
Disse o garçom, apressado
Preocupado também com as mesas ao lado
“Antônio”, disse Seu Toninho
Com vergonha de um de seus apelidos
Falaram tomando um cafezinho
E pela conversa foram envolvidos
Nem perceberam o tempo
Que passou como o vento
“Opa, nem tanto assim
Se o vento passa muito rápido, o que sobrará de mim?”
Pensou a cidade.
Peço desculpas, sem ofensas retomarei minha rima.
Antônio (prometi que não o chamarei mais de Seu Toninho, ele não gosta)
Pagou a conta
E o que aconteceu depois, não é da minha conta.
Mas pedi ao Antônio “Conta, conta!”
E por eu ser a autora, ele levou em conta
E acabou contando a história; ponta a ponta.
Parece que Antônio e Anita, A Bonita, subiram ao quarto
Ele queria tomar um banho
Ela disse “eu te estranho!
Não sabes que de areia é feita a cidade
Qualquer pessoa de qualquer idade
Sabe que água a areia não agüentaria
E tudo que temos desmoronaria
Para tomar banho é preciso ir ao mar
Tirar a roupa num canto, e nele se jogar”
Assim foram os dois sob um céu lilás
Os pezinhos na areia quente
Nem olharam para trás
Mais bonito era o sol poente
Chegaram e sentiram vergonha
Ele olhou para ela e segurou sua mão
A dona do castanho olhar se mostrou risonha
E o coração, no mesmo lugar desde então

Saiu voando...


No meio do beijo, as roupas tiraram
Entre areia, mar e sal, se afogaram
Música, cantaram
E pela orla, andaram
E pela areia, rolaram
E pelo amor, se lambuzaram
Dançaram, amaram, gozaram...
Gritaram.
Não, não eles. Meu Deus, o pessoal da cidade!
Os dois se espantaram com tanta barbaridade
As ondas engolindo cada construção
Não havia tempo de nenhuma ação
Habitantes soterrados
Outros, afogados
Todos, desesperados
E os dois, desamparados
Em frente ao mar, despreparados
Recolheram suas roupas e seu ardor
E fugiram daquele cenário assustador
Foram para longe de tanto horror
Para viverem o amor
Arrebatador, salvador...
Saberiam que dali a pouquinho
A emergência seria acionada
Aproveitaram o ar marinho
E saíram fora sem ajudar em nada.
Hoje vivem na Cidade do Sonho
Que não é feita de concreto também
Mas são felizes, suponho
E a vida a dois lhes faz bem
Até hoje dizem que eleito prefeito
Gritava em meio aos escombros
“Juro que tudo estava direito!
Nunca para esta cidade dei de ombros!”
Ele sobreviveu, hoje vagabundeia
Moribundo, com certa idade
De corpo sujo, criando teia
Andando em círculos pela cidade
Onde
tudo
virou
AREIA.



terça-feira, 15 de setembro de 2009

Minha Banda de Rock



Sou Washington e tenho uma banda de rock. Somos 7 e nos chamamos "Sanguenolência". Nome dado pelo verdadeiro mais novo, Jefferson. E quando digo verdadeiro mais novo, não necessáriamente quero dizer que ele seja o mais da novo da banda, mas é que ele é o meu verdadeiro filho mais novo. "Sanguenolência" não é só uma familia no Rock, mas também na vida real... Uma orquestra de guitarras familiares, eu, minha esposa, duas filhas e dois filhos sendo um verdadeiro, formando exatamente 3 pares de instrumentos... Confesso que se Kathylene tivesse nascido coordenada eu investiria em algumas coreografias, mas não deu.
O "Sanguenolência" se apresenta todos os dias as 17:00 e entra no ápice do se show aproximadamente as 18:15, quando somos atacados por uma onda de inspiração. A eletricidade do nosso som, resulta em cheiro de música sangrenta. E isso pra nós, é o apogeu do Rock n' Roll.
Somos 1 vocalista e 6 guitarristas e como orgulho ostentamos uma coleção de guitarras de variadas cores, algumas grandes, outras menores e até especiais que brilham no escuro.
O "Sanguenolência" nasceu quando Aryanne, a mais velha chegou da rua com uma raquete de matar mosquito, porque aqui em Magé quando a tarde cai, a única solução contra os mosquitos é uma câmara de vácuo e como aqui em Magé não tem câmara de vácuo, onde houver uma fresta, lá estarão eles... Eles vários... Centenas... Mas o fato é que a esperta da Aryanne, (Eu disse isso a Quésia, minha esposa, no dia do nascimento: " A Ary vai ser a primeira e vai ser a mais esperta".) tinha ouvido falar que aquela raquete acabava com os mosquitos e que de tarde ninguém ia querer outra coisa.
Colocamos na tomada para recarregar, e durante as primeiras horas da tarde, sempre que alguém passava por ela por qualquer motivo que fosse, de rabo de olho procuravam descobrir se ela já já estava tudo certo, pronto... Queríamos ver aquilo funcionar e foi observando-a carregar na horizontal, que percebi o quanto parecia uma guitarra. estava sendo levado por esses pensamentos, e quase que num descuido, Wesley, (o bebê que deixaram na nossa porta) arranca a raquete da tomada, mas num berro bem agudo de Kathylene, ele acabou desistindo e a raquete permaneceu ali, se enchendo de fúria assassina.
O relógio deu 17:00 e não precisou mais um segundo, para que um ridículo intruso viesse, e esperado com um sorriso maligno, recebeu o cartão de visitas de Aryanne:

Ao aproximar a raquete do mosquito e acionar o botão lateral, a vítima é puxada pela eletricidade e se explode em algumas prestações de ódio humano. Pernas voam, estalos fortes e brilhosos de eletricidades, e um certo hummie de energia, como se em algum lugar, alguém tivesse deixado o televisor ligado.

Todos olharam maravilhados, menos Eduardo, que eu nunca entendi porquê, nunca se identificou muito com a familia. Enquanto nos distraíamos com aquela demonstração de morte, Wesley foi picado e soltou um berro, quando recobramos o juízo a casa já estava infestada e nós cercados. Num balanço de raquete Aryanne estalou 20, enquanto os outros integrantes, desarmados, buscaram colocar roupas mais longas e artifícios outros como acender aquele espiral verde, baygon e ventilador giratório.
Pensei que horas seriam? Perguntei a Eduardo que respondeu, já debaixo do cobertor e meio de mal-humor: 17:04.
O Ataque tinha só começado, Quésia corria com Kathylene e Keyla pela casa tentando vedar todas as frestas, e fechando as janelas que antes tínhamos achado engraçado deixar abertas, já que Aryanne trouxe uma solução, que tardiamente descobrimos ser só pra ela, que girava no meio da sala estalando insetos, como um Samurai covarde que luta sem inimigos.
Gritei Jefferson, que havia pegado uma jaqueta de couro minha pra se proteger e até de óculos escuro estava, reclamando de que um havia conseguido bater em seu olho. Dei a ele 10 notas de 10 reais que guardava em baixo de Santo Expedito e disse a ele que fosse onde sua irmã tinha comprado a primeira e pegasse mais 5.
-Um pra cada? Perguntou ele
-Sim.
-Até pro Wesley?
-Cala a boca e sai daqui.
Porque sem liderança, o sucesso de uma banda não perdura.
O muleque é rápido e entendeu o recado, e em menos de 15 minutos voltou, com todas as guitarras.
Nesse tempo, inevitávelmente fomos mordidos por alguns mosquitos que ao chupar nosso sangue voltavam a alçar vôo e acabavam por ser estraçalhados pela loucura de Aryanne, esses em específico soltavam um cheiro de carniça, o nosso próprio sangue eletrocutado e fedendo, como se com aquele instrumento, matássemos em nome da paz, parte de nós mesmos. E além de tudo um barulhinho agudo que acompanhava a morte do bicho, gritavam em diferentes tempos e notas, coisa que eu não percebi, porque nunca fui bom em música, mas Eduardo exclamou ainda debaixo da coberta...

- ESSE MOSQUITO MORREU EM RÉ.

Jefferson atravessou o portão da casa e a porta de ferro trazendo atrás de si uma nuvem que tentava afastar com uma guitarra azul, que espertamente tinha escolhido pra si, por ser a mais bonita.

- PEGUEI CARREGADA JÁ, O MOÇO TINHA VÁRIAS.

E antes de completar essa frase todos os integrantes da nossa banda-familia já possuiam suas guitarras. Até Eduardo saiu debaixo da coberta interessado pela música da morte. Foi com suas coordenadas que aprendemos a saber o quanto a dor de uma picada nos resultaria uma nota perfeita, dado que quanto mais sangue houvesse no mini-diabo, mais ele zumbiria agudo na hora da morte. Uma morte em Lá, Uma morte em Mi, Uma morte sem Dó em Dó...
Wesley, coitado, é bebê demais pra aprender a apertar o botão certo e por isso se tornou nosso vocalista da dor, enquanto nós transformamos sangue em música elétrica, o nosso sangue...

"Sanguenolência"




sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Alguém levou um tiro



Levou um tiro na cara enquanto era beijada
Quase confundiu o êxtase da paixão
Com a ardência da bala à queima-roupa
“Avisa pra minha mãe”, e logo tudo avermelhou
O marido não ouviu, com arma na mão.
Viu. Não ousou. Não ouviu.

Ele desceu as escadas do prédio
Acompanhando o sangue que também escorria
degrau
por
degrau
Lento. Vistoso.
Eram dois amigos.
O sangue lhe agradecia a existência
E recebia de volta um sorriso.

O sol se pôs a entrar, laranja que só ele
E brilhou as marcas da mão contorcida
Nas paredes do apartamento abandonado
E nas escritas do coração desenhado no papel
Largado no silêncio

Enquanto isso, uma luz fria iluminava a face transtornada
Da mulher desfigurada
Deitada na dúvida da morte
Ao som de suas batidas cardíacas

Ela, moribunda das casas dos enfermos
Cambaleou de cama em cama
Mas nem o cheiro dos doentes pôde sentir:
Não houve nariz para isso.

Ganhou anestesias, pontos, plásticas
Implantes, ossos, arcadas dentárias,
Peles, cabelos, cilhos...
Agradeceu à todos eles.

Hoje, a cara estourada vai ao microfone
E pede compaixão:
“Por favor, não sou um monstro”
“Por favor, não sou um monstro”

Voltará ela um dia a olhar o amor
Em quê?


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Da queda de luz


Veio cegando os postes da estrada
Recolhendo a criançada
Que embora estivesse cansada
Aguentaria mais uma brincada
Mas o escuro se fez em cada
estabelecimento, praça, morada,
largo, rua, calçada.
A única não afetada,
Foi uma moça desde cedo deitada
triste porque foi trocada
porque acreditou numa palhaçada
e terminou em mais uma furada.
Logo, o breu em sua chegada
A encontrou já desmaiada
em seu conjunto de seda rendada
Que vestiu avoada
Se se lembrar que tinha sido por ele dada
Na época em que era amada
A senhora que era aposentada
Tinha dado uma cochilada
e aproveitando a acordada
puxou uma almofada
E dormiu de forma pesada
Pelo resto da madrugada
Nem ouviu a freada
Dum carro que nem viu a lombada
E interrompeu sua jornada
Num hidrante da calçada
Já um senhor de vida afortunada
Do alto de sua morada
Uma casa linda avarandada
Vendo a cidade apagada
Concluiu que não era de sua alçada
E não fez nada
Apenas deu outra cachimbada
E acompanhou de longe a caminhada
De uma mulher pasmada
Com aquela noite estrelada
que soltou uma gargalhada
Sem saber que era observada
A venda ficou fechada
Não vendeu nem limonada
E a noturna feijoada
Acabou sendo cancelada
a mulher que levara a salada
Ficou um tempo parada
Desacreditada
Tinha posto até torrada
Preparado rabanada
mas teve de voltar pisada a pisada
pela rua esvaziada
Morrendo de medo de alma penada
O jovem usou a cartada
Pra encantar sua namorada
E nessa noite enluarada
Fez uma carta rimada
Que leu embaixo de sua sacada
A escuridão também causou mancada
olhada errada
Pedrada
Paulada
Topada
Porrada
Unhada
E uma série de outros ADA
Como a dona revoltada
Com o fim da novela mal começada
Numa Tv com tanta polegada
Que tinha acabado de ser comprada
E agora era chutada
coitada da probre coitada...
Que naquela noite ainda foi roubada
Por um ladrão que teve a sacada
De se esgueirar na calada
Aproveitando-se da mancada
Burrada ou vacilada
Dum funcionário de uma usina afastada
Que sem querer tropeçou na tomada.